sinto o gosto de quem eu era
se esvaindo
camel azul, calça vermelha e um caderno na mão
as palavras me fogem e eu já não sei
se tento encontrá-las ou se as deixo soltas
por aí
quem eu fui, quem eu sou, quem eu serei
não importa
o que importa, ao fim,
é que um dia eu vou embora
pra onde?
tanto faz
agora não faz diferença
no entanto, o que faz
ou deveria fazer
também não existe.
não existe?
existe!
e continuará existindo,
não sei.
talvez eu saiba, sei lá
se quero saber
o que afirmo
- e digo isso com propriedade
é que a morte é muito mais que morrer
e que a vida é muito mais que viver
e o meu rastro,
ao contrário do que pensei,
é muito mais do que ossos e fios de cabelo.
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